AMOSTRAGEM DE SEMENTES – Definições e tipos de amostras

Agora que já sabemos a importância do procedimento de amostragem, precisamos ter claramente definido alguns termos comumente utilizados e quais são os tipos de amostras.

Existem dois tipos de amostras, a chamada oficial e a de produção. A amostra oficial é aquela retirada por Auditores Fiscais Federais do Ministério da Agricultura (MAPA) para fins de fiscalização da produção e comércio de sementes, e são exclusivamente analisadas nos Laboratórios Oficiais de Análise de Sementes (LASOS). Os resultados dessas análises (de acordo com a IN40 de 2010) são expressos em Boletins Oficias de Análise de Sementes (BOAS).

Já as amostras provenientes da produção, coletadas por responsáveis técnicos (RT´s) credenciados, são analisadas em Laboratórios de Análises de Sementes, credenciados ao MAPA (LAS) e analisados pelos testes padrões e testes adicionais, que variam de acordo com o controle interno de qualidade de cada empresa. Os resultados dessas análises, também de acordo com a IN40 de 2010, são expressos em Boletins de Análise de Sementes (BAS).

Para melhor compreensão desse procedimento, algumas definições são fundamentais, assim como a esquematização do fluxo de amostras e seus tipos (Figura 1). De acordo com a legislação brasileira são definidos alguns termos usados em amostragem:

Lote: quantidade definida e limitada de sementes, identificada por letra, número ou combinação dos dois, da qual cada porção é, dentro de tolerâncias permitidas, homogênea e uniforme para as informações contidas na identificação.

Amostra: porção representativa de um lote de sementes, suficientemente homogênea e corretamente identificada, obtida por método indicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

Amostrador: pessoa física credenciada pelo MAPA para execução da amostragem.

As amostras são classificadas como:

Amostra simples – pequena porção de sementes retirada com o uso de amostradores ou manualmente, de diferentes pontos/locais do lote.

Amostra composta – formada pela combinação e mistura de todas as amostras simples retiradas do lote. Esta amostra, é usualmente maior que aquela recomendada para a realização dos testes em laboratório, e normalmente necessita ser adequadamente reduzida antes de ser enviada.

Amostra Média ou Submetida – é a própria amostra composta ou subamostra desta, geralmente resultante da homogeneização, com tamanho mínimo especificado nas Regras para Análise de Sementes (RAS). É a amostra recebida no laboratório para ser submetida às análises e deve ter, no mínimo o peso especificado nas RAS para a espécie em questão.

Amostra Duplicata – é obtida da amostra composta e nas mesmas condições da amostra média e identificada como “Amostra Duplicata”. Essa amostra é obtida para fins de fiscalização da produção e do comércio de sementes, no caso da necessidade de uma reanálise (contra prova) pelo detentor destas sementes.

Amostra de Identificação – amostra com a finalidade de identificação do lote de sementes.

Amostra de Trabalho –é a amostra obtida no laboratório, por homogeneização e redução da amostra média até o peso mínimo requerido nas RAS, e nunca inferior ao estabelecido para os testes.

Amostra Oficial – é aquela retirada por Auditores Fiscais Federais, para fins de análise de fiscalização.

 Amostra Tratada – amostra submetida ou de trabalho, que consiste de sementes que são química e/ou biologicamente tratadas.

Subamostra – obtida pela redução da amostra de trabalho, usando-se um dos equipamentos e métodos de divisão.

Figura 1. Representação do fluxo de amostras e tipos de amostras. ARTE: RAQUEL PIRES

As amostras simples devem ser misturadas para formar a amostra composta do lote. A redução desta, é necessária para formar a amostra média. Ao chegar aos laboratórios, a amostra média deve imediatamente ser protocolada e homogeneizada (uma vez que durante o transporte pode haver estratificação), além de reduzida a uma ou mais, amostras de trabalho, as quais serão usadas nas diversas determinações. Essas reduções devem obedecer aos pesos mínimos estipulados nas RAS. Aconselha-se não usar exatamente o peso descrito, mas um acréscimo (até um limite de 3% da amostra de trabalho), para que não haja interferência pessoal de colocar ou retirar da balança, pequenas porções de sementes.

É muito importante que essa homogeneização e redução sejam feitas com especial atenção e cuidado, a fim de que as amostras de trabalho sejam realmente representativas da amostra média, e portanto, do lote de sementes em análise.

Pessoal, temos ainda muito assunto para falar sobre amostragem e olha que nem entramos no laboratório de análise de sementes. Lembram?

Nos vemos no próximo mês.

E a premissa continua: Vamos juntos produzir as melhores sementes?

Raquel Pires


Raquel Pires é Engenheira Agrônoma (UFVJM), Mestre em Agronomia/Fitotecnia (UFV) e Doutora em Agronomia/Fitotecnia pela (UFLA). Realizou parte do doutorado na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Lavras no Departamento de Agricultura, Setor de Sementes. É Responsável Técnica do Laboratório de Análise de Sementes da UFLA e representante da UFLA na Comissão de Sementes e Mudas de Minas Gerais.

Linkedin: https://www.linkedin.com/in/raquelmopires/

 

 

 

 

 

 

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