A gente cresceu ouvindo que dinheiro não nasce em árvore, mas parece que não é bem assim. Pesquisadores descobriram ouro em folhas de eucalipto no deserto da Austrália.
Encontrar novos pontos para a mineração de ouro é um processo que exige tecnologia e custa muito dinheiro. E isso não é diferente na Austrália, principalmente em uma região conhecida como Goldfields-Esperance, que ganhou esse nome justamente por ser uma área rica em reservas de ouro e níquel.
Mas apesar da abundância, essas reservas são difíceis de serem encontradas. Foi aí que um grupo de pesquisadores resolveu procurar em um lugar inusitado: nas árvores! Mais especificamente nas espécies de eucalipto da região, que possuem raízes que podem alcançar até 60 metros de profundidade.
E o resultado dessa pesquisa foi surpreendente. Eles realmente encontraram traços de ouro nas folhas dos eucaliptos.
Isso acontece porque o eucalipto age como uma bomba hidráulica. Ao buscar água e nutrientes no solo, as raízes acabam absorvendo também o ouro que está há muitos metros de profundidade. O ouro passa pelo sistema vascular da planta, que transporta e distribui água e sais minerais por todo o vegetal.
Mas tudo indica que o ouro é tóxico para o eucalipto, e para que essa substância não danifique seus processos biológicos, a estratégia da planta é expeli-la para as suas extremidades, ou seja, as folhas.
É justamente por conta dessa ação que as folhagens desses eucaliptos australianos possuem ouro – dando a ideia de que a planta “produz” o elemento.
Para se certificar que as partículas vieram do solo onde estavam as raízes, os pesquisadores cultivaram mudas de eucalipto numa estufa, usando solo preparado com ouro. E, mais uma vez, eles encontraram ouro nas folhas.
Mas não dá pra ficar rico com esse ouro não! Cada árvore tem uma quantidade muito pequena – cerca 46 partes por bilhão – ou seja, são necessárias centenas de árvores para conseguir fazer um anel de ouro.
A grande vantagem é que as árvores podem ser usadas para indicar a localização dos depósitos subterrâneos de ouro. E como acredita-se que aproximadamente 30% das reservas do mundo estão nesta região da Austrália, a busca vai valer a pena.
Além disso, essa técnica pode ser ampliada e usada para descobrir outros metais como zinco e cobre.