Prepare-se pra conhecer uma planta extraordinária: a erva-baleeira!
O nome científico desta planta é Cordia verbenacea, mas os nomes populares são muitos: erva-baleeira, erva-balieira, catinga de barão, maria-preta, catinga preta, salicina, maria-milagrosa e outros mais. O nome mais comum é erva-baleeira e ela é chamada assim porque baleeira é um tipo de embarcação marítima e quando os pescadores se machucavam, eles usavam essa planta para cicatrização das feridas.
Ela é nativa do Brasil, típica da Mata Atlântica, mas distribuída em toda região litorânea, de norte a sul do Brasil. É muito encontrada nas restingas de praia, mas como ficou famosa e é amplamente estudada, acabou se espalhando e hoje pode ser encontrada também no cerrado.
É uma planta arbustiva, muito ramificada, perene, ou seja, que vive por muitos anos e quando é plantada a sol pleno, costuma atingir de 1 a 2 metros de altura e as folhas ficam mais rígidas. Mas quando cresce na sombra, ela fica ainda maior, podendo atingir mais de 3 metros de altura e as folhas ficam maiores e mais macias.
As folhas são muito aromáticas! As flores são pequenas, brancas e muito perfumadas também e ela floresce continuamente ao longo do ano. Os frutos são pequenos e ficam vermelhos quando maduros.
A erva-baleeira já passou por todas as etapas da pesquisa e hoje é usada até pela indústria farmacêutica. É uma poderosa planta medicinal, com ação anti-inflamatória e analgésica e também propriedades cicatrizantes. Já foi testada em vários tipos de inflamação e vários tipos de dor. Ajuda no tratamento de inflamações da garganta, inflamações gastrointestinais, dores musculares, contusão, luxação, dores articulares, como artrite e artrose, fibromialgia e dores na coluna.
Para quem sofre com dor de estômago, gastrite, úlcera, refluxo, azia, queimação…ela também melhora a cicatrização do estômago e intestino e melhora a microbiota intestinal. Para esses casos, você pode tomar o chá ou até mastigar as folhas.
Ela pode ser usada por via oral, na forma de chá, infusões ou extrato ou ainda por via tópica, na forma de creme, gel, cataplasma ou compressa. Pode comprar na farmácia, inclusive. Existe um anti-inflamatório de uso tópico, na forma de pomada e de spray, chamado Acheflan que é feito a base de erva-baleeira.
Essa planta é tão incrível que já foram feitos alguns estudos comparando a sua ação aos efeitos de alguns medicamentos muito usados como a nimesulida, dexametasona e diclofenaco. E em todos os testes o efeito da erva-baleeira foi equivalente ou até melhor, e sem efeitos colaterais.
Além de ser uma poderosa planta medicinal, a erva-baleeira é também uma PANC, uma planta alimentícia não convencional que é usada como tempero. Da mesma maneira que a gente costuma usar o louro na comida, as folhas da erva-baleeira também podem ser usadas.
Na hora de cozinhar o feijão ou qualquer outro alimento, você pode colocar algumas folhas e depois essas folhas podem ser comidas também. Se não quiser comer as folhas, não tem problema. À medida que ela vai cozinhando, ela libera seus princípios ativos no feijão e nos outros alimentos.
Em relação a toxicidade, os testes realizados comprovaram que é uma planta segura. Os níveis de toxicidade são baixíssimos e ocorrem em casos de uso em grande quantidade. Mas é claro que é importante consultar um médico antes de utilizar e nunca abandonar ou substituir algum tratamento que já esteja sendo feito com medicamentos convencionais.
Se você tem essa planta por perto, saiba que é um privilegiado. E se ainda não tem, é fácil cultivar. O principal meio de propagação da erva-baleeira é através de sementes porque o índice de “pegamento” de mudas feitas a partir de estacas é muito baixo. Para fazer o plantio, basta semear as sementes sobre areia e cobrir com uma camada de 1 a 2 cm de terra. A germinação começa de 20 até 50 dias após a semeadura.
Depois de 2 meses, aproximadamente, as mudas estarão prontas para o local definitivo. Quando elas tiverem de 10 a 15 cm de altura, basta transplantá-las para os berços de plantio que devem ter de 15 a 20 cm de profundidade. Escolha um local com boa drenagem.
A erva-baleeira se adapta bem em todas as regiões do país, com diferentes climas e temperaturas, mas é sensível à geadas.
Se você deseja adquirir material de propagação, pode entrar em contato com o programa de seleção da erva-baleeira do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Unicamp. Lá eles trabalham com a produção de mudas de plantas medicinais, aromáticas e condimentares nativas e exóticas; extrações de óleos essenciais e fornecimento de material vegetal padronizado e beneficiado.
Contato: Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, Av. Alexandre Cazellato, 999, CEP 13140-000, Paulínia (SP), tel. (19) 2139-2850