A plantinha que você esta prestes a conhecer aparece em vários lugares e a maioria das pessoas acha que não passa de mato, mas na verdade, é comestível e cheia de benefícios pra saúde! Eu tô falando da Beldroega.
Mas é importante dizer que a beldroega que a gente vai falar hoje é a Portulaca oleracea, também conhecida como beldroega-comum ou verdolaga.
Existem outras plantas da mesma família e que também são chamadas de beldroegas, como por exemplo a Portulaca grandiflora, também é conhecida como onze-horas. A onze-horas, tem as folhas suculentas e fininhas de formato cilíndrico. Suas flores são grandes e de várias cores. E ela é conhecida por esse nome, justamente porque suas flores se abrem pela manhã, por volta das 11 horas e se fecham no mesmo dia quando o sol se põe. Mas essa beldroega não é comestível. Ela é encontrada em jardins e é muito usada como ornamental.
A nossa estrela de hoje, a beldroega-comum, é comestível e inclusive é uma PANC, ou seja, uma Planta Alimentícia Não Convencional. As PANCs são plantas com potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo, mas que não são produzidas e consumidas em larga escala ou que são conhecidas e utilizadas apenas em determinada região.
A beldroega é uma planta rasteira, com folhas carnosas, suculentas, com formato oval e de cor verde-escura. O caule é avermelhado e bastante ramificado e as flores são pequenas e amarelas. As sementes são pequenas e pretas e cada planta pode produzir até 40 mil sementes. Essa planta é originária da Europa, mas já está presente em quase todas as regiões do Brasil.
É uma planta adaptada a diversas condições climáticas, mas não tolera temperaturas muito baixas e geada. Gosta de incidência direta da luz do sol, e quando nasce em ambientes muito sombreados, cresce de maneira ereta e pode atingir até 20 cm de altura.
Pode ser cultivada em qualquer tipo de solo, mas prefere os bem drenados, profundos e férteis, ricos em matéria orgânica. A beldroega suporta bem os períodos de seca, mas o sabor dos ramos e das folhas fica melhor quando cultivada em solo que esteja sempre úmido.
Por falar em sabor, além das folhas e dos caules, as flores e as sementes também podem ser consumidas. As folhas tem o sabor levemente ácido e salgado e podem ser usadas em saladas, por exemplo. A beldroega também é muito usada em sopas, molhos para massas, sucos, vitaminas, chás e há quem diga que substitui muito bem o espinafre quando é refogada. Já as sementes podem ser moídas e adicionadas à farinhas, por exemplo.
Ah! E quando a beldroega cresce em regiões muito secas ou com altas temperaturas, ela tem um sabor mais ácido e fica mais crocante se colhida no início da manhã e menos ácido se colhida no fim da tarde. Isso acontece porque essa planta altera algumas rotas metabólicas quando vive nessas condições.
A beldroega tem alto teor de ômega 3 e por isso é indicada para o controle do colesterol e para garantir o bom funcionamento do sistema circulatório. Essa plantinha poderosa ainda é fonte de vitaminas A, B, C e antioxidantes, atuando no fortalecimento da imunidade e dos sistemas nervoso e cardiovascular. E como se não bastasse, a beldroega é rica em cálcio, ferro, potássio e magnésio e tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.
É importante falar que ela também é rica em ácido oxálico, e por isso, deve ser consumida com moderação por pessoas que tem tendência a desenvolver cálculos renais.
Para quem deseja ter a beldroega, o plantio é feito por sementes, que devem ser semeadas em sementeiras e transplantadas pro local definitivo quando tiverem de 4 a 6 folhas. Se preferirem, podem semear diretamente na horta ou podem cultivá-la facilmente em vasos. E a colheita dos ramos e das folhas pode ser feita a partir de 60 dias após o plantio.
Apesar de ser desprezada por muita gente e de ser considerada como planta daninha em cultivos agrícolas, a beldroega é muito nutritiva e cheia de benefícios. Vale a pena experimentar!