A pitaya pertence a família das cactáceas. Isso mesmo! É um cacto. O nome pitaya quer dizer fruta escamosa e é justamente por isso que ela também é chamada de fruta-do-dragão.
É uma fruta exótica, originária de uma área que se estende desde a América do Sul até o México e hoje é cultivada em vários países, principalmente na Ásia.
Existem várias espécies de pitayas, mas todas elas são cactos epífitos. Cactos epífitos são aqueles que vivem sobre as árvores. Mas eles não são parasitas, não utilizam os nutrientes dessas árvores para sobreviver. As árvores servem apenas como apoio.
As espécies de pitaya mais conhecidas são: a pitaya vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus), que inclusive é a mais presente no Brasil. A pitaya amarela, de casca amarela e polpa branca (Selenicereus megalanthus), que é pouco produzida no Brasil; a maioria é importada da Colômbia e é a mais doce e saborosa. E a pitaya vermelha, com a casca e a polpa vermelha (Hylocereus costaricensis). E dentro de cada uma dessas espécies existem muitas variedades de pitaya.
A pitaya é uma planta rústica e resistente, de clima tropical, e por isso se desenvolve muito bem no Brasil. A temperatura ideal para o cultivo é entre 18°C e 26°C, com baixa umidade do ar. Gosta de substrato rico em matéria orgânica e bem drenado. A gente não pode esquecer que se trata de um cacto, e por ser um cacto, não gosta do solo encharcado.
Já que é um cacto, a pitaya não possui folhas verdadeiras. É o próprio caule (que é chamado de cladódio) que faz a fotossíntese, por isso é uma planta que precisa de luz direta do sol. Para quem planta em vasos, mantenha o vaso em um local que receba pelo menos algumas horas de sol por dia. Ela só frutifica onde recebe sol. Por isso, é importante podar os ramos que ficam completamente sombreados em plantas que ramificam muito, porque dificilmente esses ramos sombreados vão produzir.
É uma planta perene que produz por mais de 20 anos. Alguns produtores cultivam as mesmas plantas há mais de 30 anos. Geralmente é plantada diretamente no solo, mas também pode ser cultivada em vasos. Mas precisa sempre ser tutorada.
O mais comum é usar mourão de madeira ou concreto. Nos cultivos comerciais, principalmente, é comum no alto do mourão fixar um pneu, pra que quando a planta ramifique, ela forme o famoso guarda-chuva.
Para quem cultiva uma ou poucas plantas em casa, também pode usar muros ou troncos de árvores onde a planta possa se agarrar. O importante é que quando os ramos da pitaya chegarem ao topo do tutor, é preciso cortar a ponta pra que ele comece a se ramificar e formar o guarda-chuva.
As plantas começam a produzir frutos de um a dois anos após o plantio. Dá formação do botão até a florada são aproximadamente 30 dias, e da florada até a colheita, mais 30 dias. A floração acontece entre os meses de outubro a abril, com pico em dezembro, janeiro e fevereiro. As flores da pitaya só se abrem a noite e permanecem abertas por apenas uma noite.
Essa é uma característica muito importante dessa cultura porque interfere na polinização. Geralmente a polinização é feita por abelhas, mamangavas, mariposas e morcegos, mas como a flor só permanece aberta durante uma noite, na maioria das vezes a polinização tem que ser feia manualmente.
Se a sua pitaieira floresce, mas não produz, pode ser esse o motivo. Inclusive as flores da pitaya são hermafroditas, ou seja, o órgão feminino e o órgão masculino estão na mesma flor. Então na hora de fazer a polinização, você pode remover o pólen das anteras e colocá-lo no estigma da mesma flor. Ou então, com o pólen de uma única flor, você pode polinizar várias outras flores. Tudo isso pode ser feito de maneira bem simples, usando um pincel.
A colheita acontece entre dezembro e abril, e o ideal e cortar a fruta junto com um pedacinho do caule, do cladódio, pra que ela dure mais tempo. É fácil perceber quando os frutos estão maduros e prontos para serem colhidos. Eles mudam de cor, e dependendo da espécie, ficam avermelhados, rosados ou amarelos.
Para quem ainda não tem pitaya, mas pretende plantar, o plantio pode ser feito por semente ou por estaquia. O mais usado é por estaquia; é mais simples e a planta produz mais rapidamente.
Neste caso, a gente usa o próprio caule, o cladódio, de preferência que tenha mais de um ano de idade, ou pelo menos uns 20 cm de altura. Isso facilita o enraizamento.
O ideal é cortar na interseção entre os cladódios e plantar imediatamente. Tem gente que corta em qualquer região do caule, se esse for o seu caso, se você fizer um corte na parte suculenta da planta, deixa o pedaço que você cortou secando em um local seco e à sombra por uns 3 dias pra cicatrizar esse corte e evitar que ele apodreça. Depois disso, pode plantar diretamente no local que preferir.
E na hora do plantio, não precisa plantar muito fundo não. Uns dois dedos de profundidade já é o suficiente.
Existe um outro cacto, de outra espécie (Epiphyllum oxypetalum), que é muito confundido com a pitaya. O nome popular é dama-da-noite e tem características muito parecidas com as da pitaya.
As flores são parecidas e se abrem apenas por uma noite. E o que muita gente não sabe: essa dama-da-noite também produz um fruto, ele é raro porque a polinização também tem que ser feita manualmente e o fruto também lembra a pitaya, ele não possui aquelas escamas na casca, mas é comestível, só não é tão gostoso.
Ainda sobre a pitaya, eu não posso deixar de falar dos seus benefícios. É uma fruta que protege as células do organismo, pois é rica em antioxidantes que protegem contra o câncer. Ajuda na digestão, no combate de doenças cardiovasculares, regula o intestino pois tem oligossacarídeos, que são fibras que combatem a prisão de ventre.
Regula a pressão arterial. Além disso, o consumo de pitaya ajuda a estabilizar os níveis de açúcar no sangue. Ela auxilia na inibição dos picos de açúcar que acontecem depois de comer alimentos com alto índice glicêmico, por isso ajuda no controle da diabetes. E também ajuda a combater a anemia e osteoporose por conter vitaminas e minerais importantes como ferro, fósforo, vitaminas B, C e E.