O craveiro-da-índia (Syzygium aromaticum) é uma árvore da família Myrtaceae, a mesma do eucalipto, da goiaba e da jabuticaba. É nativa das Ilhas Molucas, na Indonésia e cresce entre 8 e 20 metros de altura.
Várias partes da planta são aromáticas, incluindo as folhas e a casca, porém a parte mais valorizada – e que chamamos de cravo – é seu botão floral.
A época de floração varia em diferentes partes do mundo, e o craveiro só começa a produzir economicamente de 4 a 10 anos após o plantio.
O ponto de maturação ideal para a colheita é antes da abertura da flor. Isso garante um produto com mais peso e qualidade. O grande desafio da produção do cravo-da-índia é a colheita, que é feita manualmente com os agricultores se arriscando no alto das árvores.
No Brasil, o cultivo comercial do cravo está concentrado principalmente na Bahia. Os principais consumidores de cravo no mundo são os habitantes da Indonésia, responsáveis pelo consumo de mais de 50% da produção mundial, seguido por Madagascar e Brasil.
O principal comprador do cravo brasileiro é Cingapura e o segundo maior importador do nosso cravo são os Emirados Árabes, seguido pelo Paquistão, México, Índia e Estados Unidos. As exportações brasileiras aos países asiáticos correspondem a quase 50% da venda de cravo-da-índia ao mercado internacional.
Utilizado como especiaria desde a antiguidade, o cravo-da-índia já foi comercializado a preço de ouro.
A Revolução Holandesa foi um período histórico marcante no comércio dessa especiaria. Com a exclusão da Holanda dos mercados de especiarias de Lisboa por Filipe II, rei da Espanha, os holandeses tiveram que buscar seu próprio acesso, o que levou à invasão das Ilhas Molucas, que eram governadas pelos portugueses, em 1605.
Ao assumirem o controle da região e o comércio de especiarias, os holandeses passaram a destruir os cravos-da-índia, preservando somente aqueles em suas ilhas, mantendo, dessa forma, o monopólio da produção.
Com o intuito de manter os preços elevados, os holandeses também limitaram as exportações do cravo-da-índia, impactando o comércio mundial e gerando um período de grande riqueza na Holanda por mais de um século.
Ainda assim, era possível se obter cravos-da-índia com certa facilidade e, em 1772, os franceses conseguiram contrabandear plantas das Ilhas Molucas para as Ilhas Maurício, onde passaram a cultivar e enviar novas plantas para todo o mundo.
O cravo-da-índia é muito utilizado na culinária como condimento no preparo de pratos salgados e doces. Inclusive, ele começou a ser utilizado em pratos doces com o objetivo de ser apenas um repelente de formigas.
Além disso, também é usado na fabricação de medicamentos, por suas propriedades antimicrobianas, antifúngicas, antivirais e anti-inflamatórias. Seu óleo essencial é rico em eugenol – um princípio ativo responsável pelas propriedades analgésicas e antissépticas, e que é bastante usado na odontologia, inclusive.
E você também já deve ter ouvido aquela história de que “é só mastigar um cravo que a dor passa” e ela tem fundamento científico: o eugenol ajuda aliviar dores de garganta e dores de dente, além de ajudar a combater o mau hálito.
O cravo-da-índia também melhora a cicatrização e contribui para uma boa digestão. E ainda é ingrediente de diversos perfumes e fonte de matéria-prima para a fabricação de fragrâncias e aromatizantes.
Pode ser utilizado também na forma de óleo, gel, pomada ou chá. Para fazer o chá é bem fácil: você vai precisar de 10g de cravo-da-índia e um litro de água fervente. Para o preparo, não tem segredo! Basta acrescentar o cravo na água e deixar ferver por 15 minutos. Em seguida, espere a bebida esfriar e beba em 3 porções, no decorrer do dia.